O racismo vem deixando um rastro de dor e sofrimento no mundo todo. Ele levou milhões de pessoas à morte em todos os continentes por meio da violência, da subcidadania e da fome. É grande a lista de atrocidades recentes contra judeus, indígenas, pessoas negras e outros povos e comunidades nos mais diversos países. Somos uma nação inteira enraivecida com as agressões contra nosso ídolo Vini Jr. e é hora de usar essa indignação para a mudança.
No Brasil, o racismo é todos os dias. O escravismo deixou marcas profundas na nossa civilização, sem que a abolição formal da escravidão fosse capaz de romper seu caráter estrutural. Entender a violência racial é chave para explicar as desigualdades sociais do país no que diz respeito ao acesso ao emprego e renda, à saúde, à segurança alimentar e nutricional, à educação, à segurança pública e à moradia, entre outros direitos a serem
garantidos a todas e todos.
Como não poderia ser diferente, essa é a realidade também no âmbito da atividade física e esporte nacionais. Os insultos racistas contra atletas, árbitros/as, equipes técnicas, torcedores/as e jornalistas em eventos
esportivos são apenas uma face de um flagelo bem maior. O racismo está no cotidiano escolar das aulas de educação física, no acesso às políticas públicas de esporte e lazer, nas torcidas, na justiça desportiva e na presença de pessoas negras em cargos de decisão nas entidades gestoras do esporte.
Mas o esporte brasileiro também é trabalho, superação e esperança. E nosso desafio agora é dar a contribuição do mundo do esporte para um Brasil e um mundo sem racismo. Temos que nos lançar em uma grande mobilização nacional de escolas, centros de treinamento, clubes, federações e governos para combater o racismo nas formas explícitas e, às vezes, quase invisíveis como ele se manifesta no universo esportivo. Como fizemos tantas vezes em campo, nas quadras, nas piscinas, nos tatames, temos que usar nossa concentração e energia para promover a igualdade racial e fazer subir ao pódio um país que vence o racismo. Nós jogando juntas e juntos nesse time chamado Brasil.
Autor: Comunicação - CONFEF